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Autismo e ensino de inglês: orientações gerais para lidar com os desafios

Autismo e ensino de inglês: orientações gerais para lidar com os desafios
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Como ensinar inglês a uma criança com TEA (Transtorno do Espectro Autista)? Felizmente, o maior acesso e conscientização sobre a saúde mental tem antecipado a descoberta de várias condições neurológicas na vida da criança. No entanto, ainda há muitos desafios quando o assunto é inclusão. 

Professores preparados para conduzir os processos de acordo com necessidades de seus estudantes, quaisquer que sejam, ganham mais eficácia e ainda aprendem com seus alunos.  

Pensando nisso, confira  aspectos relevantes para conduzir eficientemente os momentos em sala de aula com pessoas com TEA. Até o fim desta leitura, você verá algumas das melhores ações para  aproximar pessoas de todas as idades ao inglês. 

Boa leitura! 

O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)? 

O Transtorno do Espectro Autista é um conjunto de características que afetam o desenvolvimento da comunicação e interações sociais.  

Isto é, estudantes com TEA desenvolvem as linguagens verbal e não verbal de forma particular. É uma outra construção de experiência para compreender emoções e sentimentos individuais e dos outros. 

Além disso, crianças, adolescentes e adultos com TEA podem enfrentar o obstáculo de prever situações. Por exemplo, entender que determinada atitude pode ter consequências negativas e apresentar perigos.

O TEA apresenta alguns níveis, por isso é nomeado como “espectro”. É válido lembrar que o diagnóstico é um consenso multidisciplinar. Ele está relacionado a uma faixa de tempo — a condição daquela pessoa naquele momento. Portanto, nenhum diagnóstico é uma sentença. Sugere-se que a pessoa revisite os profissionais que cuidam de sua saúde mental  ao longo dos anos. 

 “Ele deve ser revisitado e atualizado ao longo dos anos por todas as especialidades envolvidas no acompanhamento da pessoa com necessidades específicas de aprendizagem, sejam estas pessoas neurotípicas ou não. Além dos profissionais da saúde, aqueles que se envolvem em qualquer contato frequente com essa pessoa podem contribuir com a melhoria da qualidade de vida dela e de sua família” diz nosso Especialista de Educação, David Queiroz. 

Agora, um dos maiores desafios para o ensino de estudantes com essa particularidade é a formação e o desempenho do professor. De acordo com artigo publicado na revista Educação Pública, “o docente deve ter consciência clara do importante papel que desempenha ao iniciar o processo de inclusão de uma criança com necessidades educacionais especiais[...]. Um professor hábil pode abrir a porta para várias oportunidades: como cada criança com autismo processa a informação e quais são as melhores estratégias de ensino devido à singularidade de seus pontos fortes, interesses e habilidades em potencial. É preciso repensar a formação de professores especializados, a fim de que estes sejam capazes de trabalhar em diferentes situações”. 

Por que aprender uma nova língua é indicado para quem possui TEA? 

A Sociedade Internacional para Pesquisa em Autismo (International Society for Autism Research) indica vantagens do desenvolvimento da criança quando exposta ao aprendizado de um novo idioma. 

A prática de aprender um novo idioma também pode englobar o desenvolvimento de habilidades centrais para possibilitar uma vida com mais oportunidades para quem é diagnosticado com TEA. 

Afinal, ele ajuda a melhorar as habilidades de memorizar informações. A consequência tende a ser mais concentração e flexibilidade cognitiva. Além disso, a língua estrangeira é mais uma forma de facilitar o acesso ao mundo tecnológico, oportunizando o contato com outras culturas.

O que é hiperfoco? 

O hiperfoco é uma concentração intensa em determinada tarefa, assunto, objeto ou coisa, de modo que todo restante ao redor da pessoa deixa de ter importância. Essa condição é muito comum em indivíduos com TEA. 

Passar horas escutando uma mesma música ou fascinado com um jogo de videogame podem ser episódios comuns na vida de todos os seres humanos, porém, situações como essas não se encaixam necessariamente em um quadro de hiperfoco. O hiperfoco reflete uma completa absorção por parte do indivíduo, seja em uma tarefa, objeto, produto ou qualquer outra coisa.

Como dito em artigo publicado no blog do médico Drauzio Varella, no portal UOL, o “Hiperfoco é o termo usado para descrever o estado de concentração intensa e sustentada de uma pessoa por uma tarefa ou um conjunto de estímulos específicos, como um estado de absorção completo. Durante o estado de hiperfoco, há uma percepção diminuída de estímulos que não são relevantes para a tarefa.” 

Como ensinar inglês para estudantes com TEA? 

Use o hiperfoco 

A concentração plena de atenção em uma atividade específica durante um período pode ser benéfica e criar oportunidades para o aprendizado do inglês. Afinal, isso pode facilitar, padronizar e naturalizar a inserção do idioma na vida desse estudante.  

Tenha recursos diversos 

Experimente aulas dinâmicas com músicas, cores, texturas, imagens, vídeos, cheiros e sabores. Agora, todos esses recursos precisam estar alinhados com contextos que façam sentido e tenham aplicação direta na vida do estudante com TEA.

Explique o motivo das coisas no presente 

Nessa realidade de aprendizagem, há uma dificuldade de lidar com a imaginação social, como é explicado no livro “O que é autismo e como reconhecê-lo?”, de Nelson Kirst, integrante da ONG Pandorga, referência no cuidado e na capacitação sobre o autismo. O livro faz parte de uma série de publicações informativas em parceria com a The National Autistic Society.

 Então, é preciso usar táticas que concretizem o aprendizado de pessoas com TEA. Em outras palavras, tudo é preciso ter um “por que” naquele momento, explicando o real motivo de fazer determinada atividade e o que isso vai proporcionar ou acarretar. 

Crie relações diretas e práticas 

Com os recursos interativos durante o aprendizado, associe palavras com imagens, sons, etc. Criar essas correspondências diretas é uma forma de tentar acessar os modos de compreensão da pessoa dentro deste transtorno.

Explore os recursos inatos 

Estudantes com TEA possuem um amplo repertório de habilidades inatas. Identifique quais e estimule que eles as apresentem para aprender inglês, brincando. Isso ajudará a continuarem em movimento de aprendizado, principalmente nos momentos de mais dificuldade. 

Dessa forma, use palavras-chave, mímicas, desenhos, gestos e sons como recursos cotidianos na sala de aula. 

Cultive a confiança dos estudantes 

Quando o aluno confia nas palavras e nas ideias do professor, fica mais fácil se sentir estimulado a acompanhar os direcionamentos. Ao estabelecer essa relação de confiança, você também incentiva que um colega confie em outros. 

Com isso, podem ficar mais confortáveis para lidar com momentos em que errem ou não saibam responder à alguma atividade. Isso é especialmente importante para o contexto de TEA, uma vez que a socialização possui uma dinâmica mais delicada. 

Crianças, adolescentes e adultos com Transtorno do Espectro Autista podem ganhar muito com o aprendizado do inglês. 

Afinal, essa já é uma realidade para muitas famílias e escolas, que precisam sempre    entender e lidar da melhor forma com cada situação de forma singular, assim como são as pessoas em sala de aula: únicas, com diagnósticos ou não. 

É sempre importante reforçar que diagnósticos se formam através de um consenso multidisciplinar, são relacionados a uma faixa de tempo específica e nunca devem apresentar determinações eternas, sob qualquer ponto de vista. Procure por especialistas para obter uma visão mais completa sobre sua saúde mental ou a de pessoas próximas a você.   

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